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RELATO DE MEMÓRIAS - IRMÃO MAMEDE LEMOS DE MATOS, SDV

Vitória da Conquista - BA

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RELATO DE MEMÓRIAS - IRMÃO MAMEDE LEMOS DE MATOS, SDV

“Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44)

Nascido na cidade Poções-Ba, Mamedi mudou-se para Vitória da Conquista-Ba, sem registros dos motivos, talvez por conta da cidade ter mais oferta de trabalho. Fixou residência na travessa Macarani, número 38, no Bairro Alegria. Sua casa ainda permanece do mesmo jeito de quando ele residia, trazendo memórias e emoções àqueles que o conheceram. Passou a trabalhar como vendedor de joias. Seus antigos vizinhos lembram do” Seu Mamede”, como carinhosamente era chamado, andando nas ruas do bairro com uma pasta de joias à venda. Assim viajava como mascate para as cidades de Macarani, Planalto, Belo Campo e outras.
Mamedi foi catequista. Pessoas que tiveram a oportunidade de fazer a catequese com Mamedi relatou que ele foi catequista de muitas crianças do bairro em que residia, dos bairros próximos, e vinham crianças até de bairros mais distantes como o bairro Patagônia. Registros significativos na memória dos senhores e senhoras, em outrora seus catequizandos, sobre a aprendizagem adquirida com os seus ensinamentos e testemunhos. Importante relatar que por um tempo ele ensinava a catequese na sua residência, depois foi para a Capela Senhor dos Passos, local onde aconteceu as primeiras turmas da Primeira Eucaristia.
Na construção do Vocacionário ele muito contribuiu ajudando ao Padre Polito,SDV com os serviços braçal de auxiliar de pedreiro. Trabalhou também como auxiliar de pedreiro na construção da antiga Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, ficando na memória de muitos paroquianos deste tempo. Por muitos anos foi sacristão, secretário paroquial, dedicou à música nas celebrações matrimoniais, acompanhou acólitos e fabricou hóstias para a Paróquia.
Com o serviço de leigo e engajado na comunidade da Capela Senhor dos Passos, Padre Polito convidou-o para a vida consagrada. Ele aceitou o convite de Padre Polito para fazer uma experiência vocacional e discernir a sua vocação. Fez o discernimento vocacional para se tornar religioso na Congregação dos Padres Vocacionastes. Por conta de diversas questões, dentre estas o nível de escolaridade, não seguiu para a vida sacerdotal, mas fincou raízes com os vocacionistas. Muitas vezes buscando esclarecimentos sobre a vida religiosa a fim de fazer a sua opção pela vida consagrada, ser um religioso. Iluminado pelo o Espírito Santo, abraçou a causa com amor, dedicação e fidelidade no comprimento da vida religiosa, no serviço ao Reino de Deus. Assim relata Tereza Carneiro e Rubenilton Aguiar. Com a sua consagração de Religioso Vocacionista passou a ser chamado de Irmão Mamedi, SDV. Rubenilton destacou que o Irmão Mamedi era um amante da música litúrgica, tocava órgão, tendo a oportunidade de aprender com ele as notas musicais e assim tocava com dedicação nas celebrações dominicais e matrimoniais.
Aroldo, coroinha e secretário paroquial da época teve muitas fases da sua vida vivenciadas com o Irmão Mamedi, em especial como coroinha uma vez que o Irmão dentre tantas atividades era também o coordenador dos coroinhas. Ele relata que durante o período que trabalhou na secretaria da Paróquia aprendeu muito com ele, desde os serviços da secretaria até arrumação das missas, cuidados com os materiais litúrgicos e todos os ritos. Disse que poucas pessoas que conheceu na igreja tinha tanto zelo pela liturgia e pela igreja como o Irmão Mamedi. Como coroinha desde este tempo Aroldo relatou que o Irmão por muitos anos foi um dedicado sacristão, secretário paroquial, acompanhou os acólitos, fazia manualmente as hóstias para a Paróquia e ainda reaproveitava as sobras das velas para fazer novas velas. cuidava das alfaias e arrumação da credência. Além de verificar se alguma cadeira do altar estava quebrada, se tinha algum defeito nos bancos, se os santos óleos estavam em condições de serem usados. Do depósito às celebrações mais importantes ele estava sempre a frente cuidando de tudo. Cuidava da oferta das missas, do dízimo e das prestações de contas. Fazia compras de incenso, materiais litúrgicos e demais necessidades.
Há relatos de paroquianos afirmando que o Irmão Mamedi viveu a plenitude da sua vida evangelizando, alcançando um estado de satisfação e bem estar através do serviço a Deus como Religioso dentro da Congregação Vocacionista.
Irmão Mamedi conviveu com muitos vocacionados e vocacionistas que passaram um tempo em Vitória da Conquista, houve momentos de boas conversas e escutas de suas histórias fortalecendo os laços de fraternidade e convivência. Padre Rafael relata que conviveu com ele por 10 anos, “Era homem simples, de bom astral, de fácil convivência com todos, fiel às responsabilidades, de espírito humorista.”
Em março de 2008, ele teve um Acidente Vascular Cerebral, ficando com a saúde debilitada necessitando de cuidados dos Padres que se encontravam no Vocacionário. A partir de 2009 com a chegada do Padre George Carneiro como vigário da Paróquia, foi quem dedicou aos cuidados do Irmão Mamedi. Este relatou que “Pode experimentar e testemunhar que o Irmão Mamedi era uma pessoa de um coração gigante, acolhedor e de um humor bem peculiar. A doença nunca foi capaz de lhe abater, sempre que o encontrava, tinha um sorriso, e ao ser indagado sempre manifestava que estava tudo bem. Sempre comunicativo, dócil e solícito para com todos. Mesmo com todo sofrimento, nunca murmurou do irmão. Sempre bem resiliente.”
No dia 06 de janeiro de 2010, com 92 anos de idade, Deus o recolheu para a morada celeste após a Santa Unção oferecida pelo Padre George Carneiro juntamente com Anoedes (in memoriam).
O Irmão Mamedi foi sepultado no Cemitério do Kadija em Vitória da Conquista após ser velado na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida.
Passaram-se os anos, mas a memória do testemunho de vida do Irmão Mamedi continua viva na comunidade paroquial. Seus feitos, as histórias de vida de muitos coroinhas que tiveram o Irmão como instrutor, dentre eles destaca-se Aroldo que traz um testemunho de convivência e afetividade singular com ele. Crianças que foram catequizadas, hoje senhores e senhoras de idades avançadas, outras tantas já não estão mais conosco, mas beberam desta fonte do Irmão Mamedi. Catequistas e outros jovens que atuaram como secretários paroquiais, padres, vocacionados, mulheres que carinhosamente cuidaram dele como Anoedes, Tereza Assunção (ambas in memoriam) Tereza Carneiro e tantas outras mulheres e homens. Diante da humildade e discrição da vivência do Evangelho pelo irmão Mamedi e seu testemunho pessoal, o Padre Alessandro Nonato, servo das vocações, idealiza e solicita da Prefeitura Municipal de Vitoria da Conquista a exumação dos restos mortais do Irmão Mamedi, SDV e translado para o Vocacionário da Paróquia Nossa Senhora Aparecida onde acontecerá o sepultamento definitivo. Uma vez autorizado pela Prefeitura, a exumação dos Restos mortais do Irmão Mamedi, SDV aconteceu no dia 19/08/2025 às 9:00hs no cemitério do Kadija, bem como o translado conforme foi solicitado pelo Padre Alessandro.
Há registros fotográficos que trazem à memória a trajetória de vida do Irmão Mamedi.

“A vocação é uma grande bênção, porque é um sinal da fidelidade de Deus.”
São Justino Russolillo

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